quarta-feira, 1 de setembro de 2010

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Ela se deitou, ajeitou o travesseiro e começou a contemplar o teto de seu quarto. Ali, milhares de momentos de sua vida eram assistidos naquele teto meio descascado. O cheiro de pipoca na cozinha trouxe a memória grandes detalhes desses momentos.
Ela se lembrou dos seus velhos amigos, da sua velha vida, sua antiga escola, das pessoas queridas que viveram ao seu lado.Pessoas que não a cobravam de nada e que com elas tinha a certeza que podia ser ela mesma, sem pose, sem censura, sem pudor.
Depois de tanto olhar pra aquele teto, ela se recordou de como era alegre, de como era criança, de como gritava, de como podia se expressar como bem queria. Lembrou de como sorria com  vontade, de como se divertia e acabou se recordando que nesse período de sua vida nunca se sentiu só.
O vento de inverno entra pela janela, ela se encolhe, se cobre . . . seus pés estão congelados: lembrou que naquela época, frio, era mero estado psicológico.
Uma lágrima de saudade cai, e desce pelo cantinho do olho. Saudade que dói e machuca.. Saudade de um tempo que não vai voltar.
A garota se vira pro canto quer se esquecer desses momentos, quer viver o presente. Não quer sentir saudade. Mas mal sabe ela que ao achar que sente saudade de sua antiga vida, ela sente saudade é dela mesma.

Um comentário:

  1. Adoreii teu blog.
    bem "confortável" esse cantinho *.*
    www.nikaencontro.blogspot.com

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